O que seria um cinema político hoje? Quais relações os filmes contemporâneos estabelecem com aquela “cena fundamental da política”, quando a “a ordem natural da dominação é interrompida pela instituição de uma parcela dos sem parcela” (Rancière 1996, 26)? Quais poderes os filmes enfrentam? De quais procedimentos expressivos se servem nesse enfrentamento? Como pensar, no domínio do cinema, a atualidade da interseção entre política e estética? Movido por estas questões, o Seminário Cinema, Estética e Política reúne um conjunto de pesquisadores provenientes de diferentes instituições e campos de pesquisa. Articuladas em torno de problemas específicos, as mesas de debate procuram enfrentar um duplo desafio: de um lado, trata-se de confrontar o pensamento crítico do cinema às novas injunções do capitalismo contemporâneo, em suas dimensões consensual, espetacular ou biopolítica. De outro, é preciso construir passagens – arriscadas e originais – entre teorias provenientes de outras disciplinas e a escritura dos filmes. Eis, assim, um desafio que é tanto conceitual quanto metodológico.
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